terça-feira, 1 de novembro de 2011

Fim!

... No (des) começo presencio o (des) nascimento...
Cor de rosas murchas, mescladas e desamparadas...
As letras se confundem em um emaranhado de cores
Que se fundem e posteriormente se ofuscam...
O silêncio do grito interior se comprime
Nas paredes debruçadas de um coração que pulsa de dor.
Não há formas definidas... Antes, as mesmas, estão distorcidas!
Há um emparelhamento de soluços vagos - átomos percorrem o ar que respiro lentamente...
Me desconheço completamente de nós mesmos.
Nós?
Sim, nós!
Porque com você, mesmo não sendo em você, sou várias - múltiplas formas de amar em segredo escondido...
Secretamente sonho com você, camufladamente e sorrateiramente te desejo(em secreto, é claro!)
Dilacero-me ao te ver e ainda de vontade de tocá-lo... Mas não posso, não me atreveria!
As letras, as letras me amparam e se emudecem também de dor cortante, alucinante.
Grito em silêncio, um silêncio no vácuo de um desvio do meu coração gelado pela sua ausência inóspita!
Meus olhos choram também silenciosos, ou seja, sem lágrimas - sou literalmente um Mar Morto de esperanças estilhaçadas...
Todas as cores são amarelas e desbotadas e os peixes morrem descontentes nesse mar de solidão!
As ondas sonoras se silenciam ante à perplexidade do meu amor por você...
... Afinal nenhuma melodia pode cantar-te...
Conheço-te tão pouco para doer tanto aqui, dentro de mim!
(Des) conheço o começo disso tudo!
A negritude lançada em um mar revolto...
A perplexidade das cores e das dores e das canções silenciosas que se desesperam por mim!
Eu grito de dor e de amor e de sabor por você!
As ondas do meu mar de tristeza se agitam.
Choro demasiadamente, canto em dor, vejo-te com outro amor - padeço-me!
Despedaço-me, (des)abraço-me na tentativa desesperada e acanhada de me consolar.
As letras se rebelaram e declararam o fim dos meus poemas feitos à você!
As canções já não sentem mais prazer na minha dor de desesperança.
As cores se auto- mutilaram na imensurável ausência de luz.
Sinto sua falta. Sinto frio. Sinto dor. Sinto que estou morrendo aos poucos...
... Sinto desejo de estar com você pelo menos uma vez para eu poder justificar tudo que já escrevi até aqui
sobre você!
Nem mesmo meus poemas acreditam em mim quando falo de você...
Argumentam: o Eu lírico deve morrer com ela e suas desvairadas esperanças!
Enlouqueço-me e contorço-me como uma serpente tentando assassinar sua presa.
Minhas mãos querem digitá-lo,
Meus sonhos querem possuí-lo,
Minha vida quer atá-lo ao manto frio, aconchegante e desconcertado do meu coração!
(En)fim... Finalizo-me em ti e finalizo-te em mim!

Escrito em 01/11/2011

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