quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Outra vez

À tarde quero esquecer todas as tristezas que me aconteceram...
Caminho até onde permite meu pensamento
Fecho os olhos e com eles os braços bem estendidos.
Vejo ainda a sombra do que me restou...

O sol, ainda radiante, mantém toda a esperança...
Desafia-me a lutar contra as decepções da vida.
Mas em chegando a majestosa lua,
Prefiro esquecer o dissabor das tristezas...

As estrelas, em plena noite escura, me conduzem
A um momento a sós comigo mesmo...
Parece bobagem – mas o brilho de todas elas
Fazem-me ir para um lugar secreto...

Em meus pensamentos, perdido e vagando num espaço novo,
Visito rapidamente as lembranças e também as desilusões...
O céu, enfim, colabora comigo nesse maravilhoso espetáculo.
De volta ao passado, ainda que desiludido, volto a brincar...

No meio das estrelas, ao lado da lua, reflito
Na imensidão das possibilidades...
Infelizmente não existem máquinas do tempo...
Somente o céu permanece lá, como antes, para comigo viajar!

E, viajando, percebo a infância linda que se foi...
As pessoas que tocaram...
Os sorrisos que partiram para algum lugar além das estrelas...
À tarde, devo regressar – outra vez – para o agora.

Desço os braços, abro os olhos e acordo
Com um sorriso ainda feliz por ter estado lá no passado ‘eterno’.
Juntamente com o desaparecer do sol, vai-se a recordação
E outra vez me vejo só, no mundo das responsabilidades...

Já não somos mais crianças, não existem super-heróis...
O céu é só um passatempo quando nos vêm a inspiração...
Ninguém mais viaja,
Todos caminham apressados...

Algumas tardes ainda me restam,
Algumas são chuvosas e me trazem, além das tristezas, a melancolia...
Saudades das pessoas que já não mais existem...
Dos brinquedos estragados...

As estrelas do meu céu imaginário ainda brilham
Intensas, potentes me levam na garupa da imaginação...
Flutuantes e oscilantes pensamentos meus...
Vejo-me com todos que eu sempre amei.

Esqueço tudo que no mundo de hoje me faz sofrer
No caminho resplandecente do sol, recordo de ‘ontem’...
Amigos de infância, dentes quebrados, amores platônicos...
Doces de vó, beliscão de mãe, surras de férias...

Doce infância, viagem inesquecível...
Meu pensamento, assim como a lua, torna-se iluminado...
De cores multifacetadas, de lembranças atadas...
Ao meu sonho de voltar a ser criança!

Escrito em 05/07/2011


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