terça-feira, 21 de junho de 2011

Desamparo

Pensei em escrever...em escrever pra você e em escrever tanta coisa que acontece aqui dentro, bem aqui dentro...
Mas, confesso, tudo o que pensei parece ser vazio, destituído de sentido...sabe, o verdadeiro sentido a respeito do que sinto...
Há dias que tudo se torna cinza e infelizmente não há como escapar destes dias, não há mesmo!
Tenho me sentido um ponto de interrogação por tudo o que já aconteceu sem, na verdade, ter acontecido(sei que você está me entendendo!).
Quero correr para os seus braços, mas o que faço é fugir do teu olhar...
Quero ter a coragem de te encarar e finalmente expor meu sentimento ( o qual você, quando muito, desconfia existir!) mas quando te vejo me escondo por entre outros olhares...
Não é que tenho vergonha dos outros ou de você, é que simplesmente falho e eu não sei por que...
Depois quase morro de desgosto por mim, por nós...que, na verdade, nunca aconteceu.
Que chato, não é?!Que tedioso isso tudo...embaraçoso demais pra mim - não sei pra você.
Estou com raiva de mim, estou aflita com tudo, estou tentando me entender...afinal, por que ainda tenho esperanças por alguém que eu não sei o que quer de mim e parece não saber bem o que quer de si?!
Que confuso...eu aqui com tanta coisa pra fazer, pra pensar, pra me ocupar...no entanto eu não consigo ficar sem pensar em você...
Já não sou mais uma adolescente, não posso ficar idealizando coisas, imaginando outras...mas por mais que eu tente ter domínio sobre minha mente, não consigo.
Olha, se  não era pra eu ter ido longe como fui com relação à minha esperança, por favor, me ajude a cair na real.Afinal definitivamente eu não posso ficar aqui que nem borboleta sem cor, sem asa, sem liberdade.
Desde algum tempo você tem sido a razão de poemas, frases, sonhos, esperanças, idealizações...mas, até quando?!Por favor, me diga!
Não soube me comunicar, está certo, porém deve haver algum jeito de eu reparar este erro, não?!
Por favor, me diga que nem sequer me nota, que não temos nada a ver, que tudo isso não passou de delírio meu pra que eu possa parar com esta esperança que insiste em ficar aqui no meu coração.
Estou me sentindo péssima...que otária :brincando de faz-de-conta.
Me acorde, por favor, e me desiluda, vai!
Tenho não muito tempo pra viver feliz, afinal borboletas duram pouco...ainda mais sem asas (cortaram as minhas ).
Até quando tenho que esperar por você?
Ou melhor dizendo, tenho a chance de esperar por você?
Quando é que vou tocar em você, em seu rosto, em sua pele, em seus delicados dedos...
Em seus cabelos, em seu rosto, em seus braços...
Até quando você vai ocupar minha mente, meu coração, meus desejos, meus sonhos...
Ainda quantos poemas e reflexões escreverei acreditando na possibilidade de sermos"nós"?
Até quando?
Só de pensar que talvez a resposta seja "nunca" me entristeço de uma maneira inexplicável, inigualável...
Em pensar que quando demonstro ser durona, seca, problemática, chata ou sei lá o quê, eu sei que sou, na verdade, um muro prestes a desabar incontida de tanto desejo escondido, louca por amar desenfreadamente, enlouquecidamente, apaixonadamente, inexplicavelmente...
Ninguém sabe disso, mas eu sei...eu bem sei o quanto tenho para dar de meus desejos, de meu corpo, de meus beijos, de meu tudo.
Nem você, nem ninguém pode sequer imaginar quanto desejo guardo aqui dentro de mim...sou muito pequena na aparência, realmente não dá para imaginar o que está por detrás das cortinas...
É provável (só pra você tentar imaginar!) que as estrelas se ofuscariam...que as borboletas renasceriam só para verem outro pôr do sol brilhar...é provável que as palavras se esgotariam, que ninguém mais se atrevesse a sugerir mais alguma coisa...
Por detrás das cortinas, trago você e a idealização de sermos um dia "nós"!Por detrás das cortinas imagino um dia como nunca, vivido de uma forma única e irrepetível, ainda que permaneçamos juntos.
Se eu me descortinar...Ah! Se eu ao menos ousar me descortinar...enfim, não terei mais essa droga de timidez que me impede de te dizer o que sinto, ainda que seja através do meu olhar.
Como eu gostaria de me descortinar! Eis uma borboleta de asas caídas, prestes a morrer sem, ao menos, tentar se declarar à seu amor!
E sabe do que mais?! Tenho medo, não só de receber um "não", mas de não suportar a idéia do "nunca".
O que vai doer, meu amor, é a tristeza do não acontecer, entende?!
Você foi um desses passarinhos...sorrateiramente apareceu e, mesmo eu não entendo o porquê disso tudo, não consigo me desvencilhar desse desejo, dessa vontade de ter você para sempre e ainda, como tola, acreditar que o pra sempre não pode acabar.
Afinal, não quero beijar por uns dias, uns meses, alguns anos...não, antes, quero ter história pra contar...abrir uma página por dia de uma história sem fim...
É assim que eu quero ser...é assim que desejo que seja...
Mas, no momento, nada está fazendo sentido...afinal, não o vejo, não sei notícias suas, não sei nada.
Por favor, deixe o meu coração respirar, desacreditar de nós se não há possibilidades.
Vá embora pra bem longe...longe até e inclusive do meu coração.
Deixa eu respira, porque até o momento presente sou uma tola, uma tola de amor pra dar, que acredita sem chances de desacreditar, que luta contra todas as incertezas e inseguranças que me circundam insistentemente.
Pára de fazer eu acreditar que tudo pode ser lindo e que esse tudo pode acontecer.
Por favor, apague as luzes que ainda estão acesas esperando você chegar.
Pára de fazer eu ficar te namorando com os olhos grudados na tela do computador,vê se pára de ser a primeira pessoa que me vem à mente quando acordo de madrugada e também de manhã e ainda a última que eu penso quando vou dormir.
Se eu não tenho chances, por favor, me deixe sem pensar em você, sem idealizar um possível "nós", sem acreditar que tudo pode ser diferente do que está sendo agora : eu sozinha esperando por você e você sei lá pensando em quê ou em quem...
Eu não queria desistir, mas minha consciência me diz que já estou indo longe demais...
Fico imaginando como deve ser o seu perfume, como deve ser seu toque, seu beijo, ou melhor, a sensação de ser beijada por você...tudo isso parece loucura, não é mesmo?!
A verdade é que eu ficaria aqui fazendo uma lista de etc...etc...etc...pra você, sem talvez nunca chegar ao fim de tudo o que imagino a seu respeito!Loucura, devaneios...tolices, talvez.
Vou parar por aqui, afinal, parece que eu na verdade, ainda não disse nada!
Queria ao menos saber dizer, mas os poetas e tantos outros aventureiros da paixão já afirmaram que, por mais que tentemos, não conseguimos transmitir o que sentimos valendo-nos das palavras...mera utopia!
Estou com as asas cortadas, sem cor e pareço também com um botão de alguma flor que está murchando lentamente e quase que imperceptivelmente por padecer de amor (talvez não correspondido).
Que loucura! Ao mesmo tempo que pareço saber usar as palavras a meu favor, as desconstruo porque sei que nada que eu escrever contará você, o que estou sentindo no momento.
É raiva de não te ter, de talvez achar que não te mereço (nem eu mesma sei porque), é raiva de esperar por algo que eu nem sei se vai, enfim, se concretizar.
É raiva de eu não saber aproveitar as oportunidades, é raiva ainda de não saber o que falar.É raiva de não ter você, de não saber por onde anda você...é raiva de te querer e não saber o que se passa com você com relação à mim...raiva do tempo que está passando, das noites mal aproveitadas, de ter raiva de não ter raiva de você, raiva de querer me aproximar de você e, quando estou prestes a fazer isso, me acovardo!Ai, que raiva...de ter um coração que, iludido, espera pacientemente, noite por noite, dia por dia, estação por estação...
Que loucura, não sou mais uma adolescente pra ficar assim...cor-de-rosa de esperança azul!
Me imaginando em uma viagem surreal em meio às estrelas...e o pior disso tudo é que quanto mais procuro me escapar de ficar aqui que nem tola apaixonada escrevendo pra você, mais eu desejo falar de você...sem entender-me, sem controlar-me, sem ao menos tentar me desarmar...
Estou, enfim, desamparada...há dias que parece já não haver nem mais um "talvez", então por que você ainda se esconde em mim?
Às vezes, quando penso na presente situação, me apavoro...você me entende! É então que me pergunto: por que ter ou ainda manter esperanças?!
Não sei, realmente não sei.
Há um sentimento de impossibilidade somado ao de desamparo...pareço, não, de fato, estou só neste barco navegando por um oceano totalmente desconhecido e não sei onde vai dar - sinceramente não sei - a única certeza que tenho no momento é que gosto de você, assim sem mais nem menos, sem rodeios, sem mais porquês ou "desporquês", só sei que gosto, que te quero e nem eu mesma sei tão bem o porquê...só sei que te quero, te quero e só te quero!
No momento, estou ainda pensando em você!

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