terça-feira, 14 de junho de 2011

Desconhecida

Há muito tempo observo-te sem, contudo, ser percebida...
É triste saber que você existe, que está bem ali e ter que conter-me...conter essa vontade louca e desenfreada de correr ( e não andar!) até você.
É difícil aceitar que nem tudo que queremos podemos ter!Ou que é preciso esperar...acontecer!
Os dias são longos e preguiçosos para quem está à espera.
Parecemos entender o que é, enfim, a eternidade...
A dor nos é mais compreensível também...Dói o frio de uma ausência somente imaginada.
Dói a intolerância da espera de acontecer, enfim!
Começa-se um entrecruzamento de vozes perambulantes invadindo o coração já amordaçado pela paixão...
É um começo doloroso, suplicante, agonizando-se na incerteza do talvez!
Quem pode entender-me a não ser a indesejada angústia?!
Afinal, que direito você tem de invadir-me?!
Onde está o teu silêncio?!
Há, porventura, alguma declaração?!
Até que dia vou ficar atormentada por um talvez?
Não suporto os porquês!
Por que você, por que eu, por que você não vem, por que não acontece, por que eu não vou até você...
Tal qual a águia no sublime anonimato celeste, minhas asas voam cansadas, desesperadas, solitárias!
Desde que encontrei um "talvez você" não respiro bem.
É vontade de ser feliz, de explodir em cores, de sorrir na vida, de amar na lida...
Dormir e talvez sonhar, mas não desejo que isso acabe assim, afinal, não sou princesa...não há mais contos de fadas...só me resta um talvez intolerante, indivizível, inconsumado, torturante, escarnecedor...
Falo de coisas insuportáveis para os outros, afinal, quem é que quer ouvir um coração iludido, fuzilado, estardalhaçado por um talvez?!
Já não há mais porquês...
Tudo, às vezes, parece loucura...e ninguém quer me dizer isso, parecem enlouquecidos por me poupar!
Queria a verdade...que venha um "não", mas que o venha de você, dos seus olhos, dos seus lábios.
Ou que venha um talvez...não sei...
Talvez eu não passe de um olhar de relance...assim como um pássaro solitário à procura de um ninho!
Ou quem sabe eu seja para você apenas uma sombra de um ruído qualquer.
Ou talvez um porquê lançado em um talvez quem sabe...
Você me desconhece...nada sabe do que tem aqui dentro, e nem é capaz de imaginar.
É tudo muito lindo, romântico e louco demais...demasiadamente louco.
Louco ao ponto de eu não sentir minha razão, aliás, existe razão?!
Borboletas sem asas...nuvens espalhadas pelo chão seco, duro do coração sem cor!
Quinquilharias...tolices...nevoeiros...absurdos de incertezas...
Por que não acontecemos, enfim?!
Você me desconhece pelas ruas, pelas praças, pelos corredores, pelo ar, pelo sono...mas, não se eu, enfim, te olhar!
Se eu te olhar com este olhar furtivo, louco de desejo incontinente, te olhar assim apaixonadamente...
Você, certamente vai me descobrir...em você, em nós!

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