Num vácuo espaço me vejo, me faço
Garoto que sou rebelde, tedioso
Não sei onde estou nesse espaço aquoso
Gelado, gelatinoso no qual me desfaço...
Nesse lugar me transformo, me busco, me acho
Mudo de forma, me escondo, manhoso...
Escondo de mim mesmo, receoso
Do que posso encontrar além de mim : embaraço!
Queria me compreender sem movimentos
Sem precisar sair de mim
Sem ter que me projetar "em ventos".
Mas é assim que eu me procuro sedento
De mim, dos meus medos, do fim
Que me espera sem pressa - Ah! Que tormento!
Escrito em 06/05/2005
O que seria o jovem na atualidade? A infância foi uma "invenção" do século XVII, a adolescência é mais nova ainda. E infelizmente existem poucos defensores dessa fase tão conturbada, no Brasil foi Renato Russo, em meus tempos, nos países de fora foram as bandas de Metal que me acompanham até hoje.
ResponderExcluirBuscava (busco) meu refúgio ali, nas artes, música, literatura, cinema, etc.. e na atualidade principalmente na escrita.
Vivemos fragmentados a todo instante bombardeados de informação, nos frustrando nos angustiando e machucando nossa identidade, como: Me sinto como: "Não sei onde estou nesse espaço aquoso / Gelado, gelatinoso no qual me desfaço..."
Esse jovem retratado em "Espaço" somos todos nós, crianças, mulheres, adolescentes, homens, velhos e bebês, vítimas do sistema.
Janaína, parabéns! Ótimo!