domingo, 22 de maio de 2011

Antítese

É madrugada, mas eu gostari que fosse o amanhecer
Porque quando amanhece, te vejo...
Na luz do teu olhar me escureço, emudeço - padeço!
No escuro da minha solidão me desfaço, despedaço - cansaço!

Quando é noite procuro ver o sol do teu rosto
Resplandescendo em meu corpo de prazer...
Mas quando é dia, ao te ver, enlouqueço!
No abrigo dos meus sonhos te abraço, te enlaço, te descalço!

À tarde sonho com teu regresso.Mas de onde?!
De onde vêm os sonhos, os delírios de um pulsar possante
De um coração em chamas que só se cala diante dos pingos.
Mas que pingos?! Da chuva que me arde, me consome!

Na melancolia dos dias sem te ver, chove!
Chove lá fora, chove cá dentro...
Queima a própria água que se derrete neste fogo.
Mas que fogo?! O brilho dos seus olhos que lateja em mim!

Chove e só chove e minhas telas são cinzas
Espalhadas na lama da minha chuva...
Escurece, anoitece, amanhece e onde está você?
Na chuva, no sol, na lama, na dor, na vida!

Diante do brilho do teu rosto me ofusco, me busco - soluço!
Diante da discrição com que me olhas, me apavora, me devora!
Diante da chuva, me queima, me incendeia - madeira!
Diante do teu calor, me enriquece, me enobrece - rainha!

Escrito em 09/03/2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário