sábado, 21 de maio de 2011

À Samara

Grãos de pólen

Uma semente lançada na terra
Plantada por um amor - ilusório, fictício, platônico, real, não sei...
(Para dizer o que sei, prefiro as reticências!)
Com o passar do tempo
Germinava lenta e graciosamente
(Quase não a vi crescer!)
Vieram seus ramos, folhas e enfim...
Flores! Eu sabia que aconteceria, mesmo sem querer!
Mas há uma regra na natureza
E é preciso seguí-la :
Temos que deixar frutos ou flores ou apenas sementes...
Então tive que produzir :
Eis a mais bela de todas as flores - a minha flor
Que chora, canta, sorri
Geme, resmunga, fala!
Eu, que já estou a perder minhas pétalas da vida, lamento!
Lamento pelos vasos que ficaram vazios
À espera de minhas sementes!
E, quando não houver nenhuma pétala para chorar ou sorrir,
Partirei, minha flor
À espera de que, mesmo ao murchar,
Tu seguirás adiante nesta terra de vaso ou canteiro - não sei...
E levarás - ao menos - contigo
Minhas palavras nas asas dos pequeninos e infindos grãos de pólen...

Escrito em 30/04/08

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