segunda-feira, 18 de julho de 2011

Borboleta


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Enclausurada em meus próprios deleites
Calada aguardando o momento para as palavras...
Tediosamente vou navegando nesse mar de solidão
Onde um coração apertado chora agonizante!

Em cada início de estação vou me lamentando...
Consumida de sonhos e desejos...
No recôndito desta paixão
Substimo minha tediosa paciência em esperar...

Já com os olhos amarrotados de chôro
E um peito amargosamente abatido...
Os dias vão definhando-me lentamente
E eu, leve borboleta, tento voar...

Porém neste imenso casulo amarronzado
Há um ser disfarçado...
Com um sorriso preto e branco,
Louco de sonhos para realizar!

Escondida, a borboleta que imagino já ser,
Estende os braços em forma de asas
Na ânsia louca de voar até você
E, enfim, meus sentimentos revelar!

Os lábios loucos para beijar teu corpo despido,
Os braços eufóricos para enlaçar teu ser...
Segredos meus por você...
E os dias vão passando delicados e sem pressa...

Sofrendo em cadeias, respiro sufocadamente!
Ao ver-te, tento disfarçar...
Uma borboleta dentro de mim quer falar,
Porém ainda não é o momento...

Sinto não estar pronta para voar até você...
Asas fracas vão se debater!
Pequenas rachaduras começam a aparecer
Em um casulo grotesco que, outrora, foi meu lar!

Uma paixão arrebatadora rouba minha paz,
Nenhuma alegria me compensa...
A falta que nossos momentos futuros já me faz...
E só de pensar nestas possibilidades, busco - enfim - me libertar!

Sou um ser diante do amor...
Que tem como obstáculo para ser vencido o tempo...
Minhas asas ainda não estão prontas...
Para você, ainda não posso voar!...

Escrito em 17/07/2011 

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