Como foi bom tê-la em meus braços...
Desmanchar-me em prazer para ser por ti mimado...
Conhecer o teu gosto precioso e mais secreto...
Delirar de dor e de amor no teu sabor predileto!
Como vou me lembrar do teu sorriso meio desconfiado...
Do teu rosto amável meio que entre os fios de teus cabelos...
Teu sorriso maroto, teu carinho quase torto...
Descontraída, me pedia sempre mais um pouco...
Como vou ter do que lembrar...
Acordar contigo ao cantar dos lindos pássaros
Que tu apreciavas tão bem...
Como vai ser difícil a vida inteira sem você pra sempre...
Como pode ser possível esquecer
De amanhecer nu, deitado em teu colo acolhedor...
Como posso deixar de pensar em você...
Aquelas conversas travessas que me faziam excitar...
De vez em quando eu queria - com desculpas - encostar em você! ( só pra poder te amar...)
Como me recordo da tediosa e louca vontade de pegar-te de surpresa!
Fazer de você minha presa e depois assar-te no meu corpo quente...
Fazer de você minha carne temperada a meu gosto!
Como te amei - tenho certeza - ninguém mais te amou...
Cada detalhe seu eu observava com exímio prazer e cuidado...
Com desculpas esfarrapadas, me aproximava humildemente de você.
Como te fiz mulher...
Você, por vezes entediada com tantos compromissos menores do que eu...
E eu te amando descaradamente e sem reservas, nem pudor!
Como fiz promessas absurdas a mim mesmo de que desistiria...
Tudo em vão...Nada perto de ti, funcionava direito...
Enlouquecido e com o corpo todo trêmulo, eu simplesmente me calava!
Como esquecer esta paixão (platônica?!) que,
Bombardeada de loucos e às vezes infames desejos,
Me levava (traindo-me a descência!) até você!
Como conseguir apagar tantas e tamanhas lembranças...
Seus lindos olhos castanhos esvoaçavam meus caprichos masculinos...
E agora, como vai ser sem esse tudo que foi e continua sendo você em mim?!
Sua ausência permanentemente neste mundo tedioso...
Como vou conseguir viver sem você?!
Sem teus carinhos, sem ter porquê?!...
Como acordar sem você ao meu lado?
De que jeito deitarei sem repetir a cena prazerosa
De render-me aos teus pés, beijando-os como um satisfeito vassalo teu?!
Como ir às compras e ao nosso 'jardim encantado'
Onde os pássaros que cantavam o faziam só para você?!
Como esquecerei as nossas ardentes e suadas e ainda precipitadas mãos no amor...
Como esquecer nossos passeios testemunhados pelo sol em despedida...
As vezes que, parado ao vislumbrar-te, emudecia...
Como, Jana, me ajude a encontrar a sensata resposta!
Como serão as tristes mudanças de estações sem você...
Colher frutos, sentir frio, calor e beijar as lindas flores sozinho!...
Sem ter seu toque, seu olhar e sorriso ou sua voz levemente grave...
Jana, você foi o motivo de eu me descobrir como poeta,
Fostes a fonte única e verdadeira de minha inspiração...
Fostes ainda a fantasia do homem mais romântico que esteve em seus braços...
Por muitas madrugadas, tu fostes a minha esperança,
Fostes também o meu consolo em tempos de dor...
Com palavras sábias e exatas, me amastes em compreensão...
E, quando eu sarava de minhas loucas tolices de preocupação...
Me beijavas, Jana, em ardente paixão...
E já não mais existíamos os dois, somente um em perfeita união!
Mas até que isso tudo acontecesse,
Esperei-te, Jana, como quem espera o melhor prêmio...
Mesmo envergonhado, porém não desistindo nunca, conquistei-te!
Como posso esquecer...
Como quem domasse uma fera em pleno terreno desconhecido da paixão
Conquistei-te, Jana, para morar em meu coração!
E, quando fielmente amei-te...
Teu colo, teus pés, tua voz, dua garra e teu perdão...
Partiste, Jana, como quem parte em mil...sem compaixão!
Como quem para a vida só deixou saudades,
Para a morte, vida da minha razão,
Deixaste desamparado um pobre coração!
( Pseudônimo: Luís Marcos )
Escrito em 13/07/2011
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