sexta-feira, 15 de julho de 2011

Paixão


No quarto, roupas espalhadas...
Com capricho, pétalas avermelhadas pelo chão...
Janelas escondidas por densas cortinas
Na cama corpos dilacerados pela paixão.

Luzes apagadas, os corpos desaparecem
Não se vê estrelas, nem se sabe se elas apareceram...
A casa inspirada de desejos,
Cada detalhe dos corpos se omite.

A casa mantém a aparência de solidão,
Porém as peças íntimas denunciam...
Em meio àquela escuridão desafiadora,
Dois corpos se misturam em uma turva visão.

Tudo parece estar em absoluto sigilo,
Mas as luzes da paixão, eufóricas, reagem.
Dois seres se compensam
Em um só corpo, na secreta escuridão.

A casa, o quarto, a cama, as cortinas,
As janelas, as luzes, as pétalas, as roupas...
Denunciam dois corpos em uma entrega mútua
Em que palavras são desnecessárias...

O sedento e consumidor fogo da paixão
Devora os corpos estilhaçados de prazer...
Os objetos se tornam imateriais
Ao passo que a recompensa em um só corpo se materializa.

Escrito em 05/07/2011

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